Educação de jovens e adultos como educação popular: direito a ser conquistado
dezembro 19, 2018
Dulcinéia de Fátima Ferreira
Ana Maria de Campos
Resumo:
Abordamos neste trabalho o modo como a
Educação de Jovens e Adultos – EJA – vem sendo
desenvolvida, de modo geral, nas instituições de
ensino no Brasil. Revisitamos concepções teóricas e
metodológicas ligadas à epistemologia da Educação
Popular, com o propósito de reafirmarmos a potência
desta práxis educativa no campo da EJA. Desejamos
com este estudo contribuir para que a EJA se
configure como Educação Popular, pois entendemos
que este é ainda um direito a ser conquistado, em face
da compreensão acerca do jogo de forças existente na
sociedade capitalista ocidental, o qual interfere
diretamente na sociabilidade humana. O modo de
vida e de sobrevivência imposto aos jovens e adultos
pertencentes às classes populares, em contextos de
vulnerabilidade social, repercute significativamente
em seus percursos escolares, e, em muitas vezes, os
seus direitos educativos são negados ou subtraídos.
São diversas as formas de exclusão, de silenciamento e
de produção do sentimento de impotência. Nesse
contexto é que nos comprometemos com a EJA tendo
como centro da nossa atenção a realidade política,
social e econômica do nosso país. A partir de
pesquisas, de estudos situados e em diálogo com
diversos outros pesquisadores desse campo,
compreendemos ser urgente e indispensável revermos
e reinventarmos as concepções e metodologias ainda
em curso na Educação de Jovens e Adultos. Ao nosso
ver, vivenciar a EJA a partir da Educação Popular
possibilita a ampliação dos horizontes de vida dos
educandos e educandas, bem como de educadoras e
educadores, para além da lógica do capital. Assim,
nosso propósito é o de contribuir no caminho da
reinvenção da EJA como Educação Popular.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos
(EJA). Educação Popular. Direitos Humanos. Política
de subjetivação.
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